A primavera já está à porta, mas já se sentem os cheiros, já se notam as cores.
Estas fotos são de 19/03/2011, de terrenos nas Cassacas, Gesteira, num maravilhoso dia de Sábado.
Até parece que nevou na Gesteira, mas a verdade é que estas Margaridas aquecem o nosso coração e lançam um cheiro delicioso no ar.
domingo, 20 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
Baú da Gesteira: Chico Maricato
O Sr. Luís de Jesus, de Aljuriça, publica mensalmente uma crónica cultural denominada Catina Mundi. Catina era o nome romano da Cadima, e o nosso autor é ainda a face da casa do México em Aljuriça.
No boletim de Fevereiro o Sr. Luís de Jesus faz referência a uma personagem Gesteirense, com certeza conhecida de muitos de nós ainda:
O ti Chico Maricato é apenas mais uma das personagens Gesteirenses que fica para a história e que representa a dualidade desta terra.
No boletim de Fevereiro o Sr. Luís de Jesus faz referência a uma personagem Gesteirense, com certeza conhecida de muitos de nós ainda:
O número de pobres que vagueavam pelas aldeias e feiras quinzenais e mensais de Cantanhede, Arazede, Tocha, Guímera e Portomar era numeroso, recebiam tostões, boroa cheia de bolor e sobras de comida. Nas feiras não faltavam ceguinhos badalando literatura de cordel , guiados por um moço. Como a maioria dos mendigos não tinha família, eira nem beira, dormitavam em cabanas, palhotas e casitas abandonadas. Dos pobrezinhos que conheci, vindos de várias terras gandarezas , recordo o Chico Maricato ”o filósofo andante” que tinha como companhia um cão rafeiro. Oriundo do lugar de Gesteira, ainda que não soubesse ler nem escrever, sabia conversar com tino e leveza. O Chico Maricato deixou este mundo cruel a finais dos anos 90. Morreu na Praia da Tocha, junto ao mar. O seu fiel amigo permaneceu junto do cadáver.
O ti Chico Maricato é apenas mais uma das personagens Gesteirenses que fica para a história e que representa a dualidade desta terra.
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sábado, 12 de março de 2011
Baú da Gesteira: As "nossas" guerras II
Vocês sabiam que durante a II Grande Guerra a nossa aldeia teve uma pequena ligação à Guerra? Eu não sabia...
Apesar do governo português se manter "neutro" nas acções beligerantes e não participar na Segunda Guerra Mundial, houve actividades na Gesteira (e com certeza em muitos outros locais de Portugal) que contribuiram para o desenrolar da Guerra.
Soube, de fontes confiáveis, que se cozeu broa, por diversas vezes, em fornos da Gesteira, para a alimentação dos soldados Alemães.
A broa é um alimento importante não só pelo seu valor nutritivo mas também porque se mantém "fresca" durante algum tempo.
Como a broa chegava à França ou à Alemanha ainda não se sabe, mas que a broa da Gesteira foi alimentar os Alemães parece não restar dúvidas.
Parece um wikiLeaks da Gesteira ;)
Apesar do governo português se manter "neutro" nas acções beligerantes e não participar na Segunda Guerra Mundial, houve actividades na Gesteira (e com certeza em muitos outros locais de Portugal) que contribuiram para o desenrolar da Guerra.
Soube, de fontes confiáveis, que se cozeu broa, por diversas vezes, em fornos da Gesteira, para a alimentação dos soldados Alemães.
A broa é um alimento importante não só pelo seu valor nutritivo mas também porque se mantém "fresca" durante algum tempo.
Como a broa chegava à França ou à Alemanha ainda não se sabe, mas que a broa da Gesteira foi alimentar os Alemães parece não restar dúvidas.
Parece um wikiLeaks da Gesteira ;)
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Cultura: A salgadeira
Bom dia! Hoje decidi escrever sobre umas tradições particulares da nossa região, e de outros locais do nosso país. Como tudo o que é tradição esta também está em vias de extinção, mas durante muitos anos foi prática comum nas casas gandaresas. Trata-se da salgadeira!
A salgadeira era uma arca de madeira, normalmente construída sobre 4 pés para evitar húmidades, e com duas divisões: uma para a carne, outra para o peixe.
Como se pode ver nestas fotos (salgadeira antiga desenhada e construída por um grande carpinteiro da Gesteira, o ti Emídio Tabanez), a divisão não era equitativa. Com a tradição e hábito da matança do porco, uma grande parte (cerca de 80%) da salgadeira era reservada para a carne (sobretudo de porco) e o restante para o peixe, que apesar da proximidade do mar, era consumido em muito menos quantidade. A arca das fotos tem pouco mais de 1m de comprimento, uns 40 cm de largura, e uns 60 cm de altura. A tampa fechava por fora da arca para evitar entrada de poeiras, insectos, etc, e para fechar bem a arca.
Esta "arca frigorífica antiga", que se enchia de sal, permitia guardar a carne para consumo. O sal fazia a conserva, da mesma forma que se utilizava o toucinho derretido para se guardar febras e costelas e o azeite para conservar alguns enchidos depois de retirados do fumeiro!
Geralmente, a disposição da carne ou do peixe era efectuada por camadas, colocando-se camadas de sal, depois camadas de carne (ou peixe), e nova camada de sal. O sal conservava, limitando a entrada de ar, secando a carne, e afastando as pragas de insectos e roedores. Esta tradição ainda durou muitos anos, pelo menos até à chegada a electricidade à Gesteira ( o que ocorreu há pouco mais de 60 anos) e apenas quando os frigoríficos e arcas frigoríficas começaram a entrar nas nossas casas.
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