segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Baú da Gesteira: Registos de Baptismo (Cadima) 1601-1610

Ainda não foi neste período que o nome da aldeia foi usado nos registos de baptismo do couto de Cadima. No entanto, dos 194 registos estudados durante este período de 10 anos surgiu uma referência a um novo lugar, e continua a ser a era das Marias.

Nomes de Baptismo
No que diz respeito aos nomes de baptismo, os mais comuns foram os seguintes:
  1. Maria 18%
  2. António 16,5%
  3. Manoel 12,5%
  4. Isabel 8%
  5. Domingos 7%
  6. Francisco 6,5%
  7. Catarina 5,5%
  8. Ana 4,5%
  9. ilegíveis 4,5%
No caso das meninas, os três nomes mais comuns continuaram a ser Maria (18%), Isabel (8%) e Catarina (5,5%). No caso dos rapazes, os três nomes mais comuns mudaram, e eram então António (16,5%), Manuel (12,5%) e Domingos (7%).
A quantidade de registos onde não foi possível ler o nome da criança baixou para 4,5%.
Foram baptizados 55% de rapazes, 40% de raparigas, os restantes são registos onde não pode ler o nome.

Quase metade das crianças do sexo feminino eram baptizadas com o nome de Maria (45%).
Quase um terço das crianças do sexo masculina eram baptizadas com o nome António (30%).

Localidades
A lista que segue apresenta as localidades e o seu peso no que diz respeito ao número de baptizados registados entre 1601 e 1610.
  1. Zambujal 20,5%
  2. Guimera 20,5%
  3. Cadima 19%
  4. Ribeira 19%
  5. Casal 7,5%
  6. Escoural 2,5%
  7. Aljuriça 2,5%
  8. Água Doce 2,5%
  9. Seixo 1,5%
  10. Córrego do Enxieiro 1%
  11. Póvoa 0,5%
  12. Braganção 0,5%
  13. Azenha 0,5%
  14. Taboeira 0,5%
  15. Desconhecido 0,5%
Cerca de 85% da população do couto de Cadima vivia nas aldeias de Zambujal, Guimera, Cadima, Casal e Ribeira. Na denominação de Ribeira incluo os registos de Ribeira, Ribeira da Fervença e Fervença, mas esta denominação era bem mais alargada e representava com certeza as populações que viviam junto às grandes e profundas ribeiras que cruzavam o couto.

Curiosidades dos nomes de localidades durante este período:
  • Foi durante este período que se deixou de usar "Azambujal" e se passou a usar "Zambujal";
  • Em 1609 aparece a primeira referência à Taboeira;
  • O facto de não haver quaisquer registos nalgumas localidades anteriormente referidas pode indicar que eram pouco povoadas (apenas uma ou duas casas) ou que estas se incluem por vezes na denominação de Ribeira. É o caso de Lagoa Negra, Entre Águas, Lagoa Seca, por exemplo;
  • As "fronteiras" estariam pouco definidas, e locais como a Carvalheira, por exemplo estaria algumas vezes incluída na Guimera, dada a importância desta última.

(A continuar a partir de 1611...)

domingo, 8 de agosto de 2010

Sotaque da Gesteira: "És um atentareto!"

Lembro-me algumas vezes de expressões do meu falecido avô, coisas que na minha cabeça faziam sentido, mas se fossem ditas a uma criança do Porto, de Coimbra ou de Lisboa não deveriam fazer qualquer sentido.

Uma dessas palavras é "atentareto", palavra que vêm do verbo "atentar".

Ora, atentar significa:
[Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora]
verbo transitivo, 1. observar com atenção; 2. ponderar, considerar;
verbo intransitivo, 3. cometer atentado.

[Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - online]
verbo transitivo, 1. observar com tento; 2. atender a; 3. intentar.
verbo intransitivo, 4. cometer atentado; 5. ir de encontro a; 6. considerar.

[Wikcionário - http://pt.wiktionary.org/wiki/atentar]
verbo transitivo e intransitivo,
1. observar com atenção; 2. considerar; 3. cometer atentado; 4. fazer bagunça, pirraçar.

Apenas este último dicionário contém o significado do verbo usado pelo meu avô, atentar significava, de facto, fazer confusão, causar problemas, sobretudo associado a brincadeiras (de bom ou mau gosto), a pregar partidas.

Sendo assim, atentareto era a pessoa (geralmente uma criança, mas nem sempre) que pregava as partidas, que fazia as brincadeiras, que causava os problemas, um traquina.

Se gostares de pregar partidas és cá um atentareto...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Baú da Gesteira: Escola primária da Gesteira, ano lectivo de 1982/83


A escola primária da Gesteira, situada entre os terrenos do meu avô, Emídio Tabanez, e do ti Fernando Navalhas, funciona desde os anos 60, e será encerrada em breve por falta de alunos.
Esta foto (cortesia de Foto Primavera, José Carlos R. Brás, de Vila Nova de Gaia) foi no magusto de 1982.

Por trás ainda aparecem duas tradicionais "cabanas" de palhas e quatro pinheiros grandes que hoje já não existem. Aliás, a própria escola está hoje muito mudada, com um muro vedado, e com cedro no interior do pátio.

Gostaria de colocar o nome dos meus colegas na foto, e quem sabe, por onde andam hoje, se alguém puder ajudar agradecia.

De cócoras, da esquerda para a direita:
Fernando, Henrique Vinagreiro, Nuno Silva, Paulo, ?, ?, Bacia de Castanhas, Ulisses Teixeira, Paulo, Pedro

De pé, da esquerda para a direita:
André (filho da professora), ?, Duarte Taboeira, ?, ?, Paula Navalhas, Susana, Cristina, Dulce, Bento, ?, ?, ?, ?, ?, ?, ?, Professora, Fernando Bento, ?, ?, Maria do Céu