Sempre me impressionou esta flor de um amarelo garrido, com pétalas aveludadas, e que abria a partir da tarde, parecendo intimamente ligada à Lua pois à noite mantinha-se aberta e feliz a namorar galhardamente o astro da noite!
Demorei algum tempo a descobrir o nome e origem desta planta que se encontra em muita quantidade na Gesteira e regiões próximas, nos quintais e à beira das estradas.
Nome científico: Oenothera biennis L.
Nomes populares: prímula, onográcea, estrela-da-tarde e erva-dos-burros ou ‘evening primrose’ (nome originado do facto das suas flores se abrirem ao entardecer). Também conhecida por onagra, zécora, canárias; evening primrose (inglês), onagra (espanhol), onagre (francês), onagracee (italiano) e nachtkerze (alemão). Em inglês também é conhecida por Fever plant, Field primrose, King's cure-all, Night willow-herb, Scabish, Scurvish.
Origem: América do Norte.
Detalhes: Da América do Norte a planta foi trazida para Inglaterra em 1619, onde ficou conhecida como "King’s Cure-all". O seu cultivo expandiu-se pela Europa e Ásia. É uma planta herbácea anual ou bianual, de caule robusto, folhas largas e longas, flores grandes e amarelas. O fruto é uma cápsula que contém numerosas sementes.
Composição química: Ácido gamalinolénico (GLA), fitosterol, onoterina, taninos, compostos flavónicos, mucilagens, ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oléico, beta-sistosterol e citrstadieno.
Propriedades medicinais: adstringente, antialérgica, antiinflamatória, activadora dos linfócitos T, demulcente, emoliente, inibidora da síntese de prolactina, reguladora da circulação sanguínea e reguladora do tônus muscular.
Indicações: cólica, diarréia, reações alérgicas de pele, asma, dor, dor peitoral, eczema,
colesterol, esclerose múltipla, dor de nervo causada por diabete, feridas, nervosismo, psoríase, síndrome pré-menstrual, tosse, tosse asmática. O óleo da planta serve também para combater os sintomas de tensão pré-menstrual (TPM), redução das dores de artrite reumatóide, tratamento de disfunções na pele, tratamento e prevenção de doenças cardíacas, alergias, esclerose múltipla, depressão e hiperatividade.
Nota: Não se aconselha a sua utilização de forma alguma sem consulta médica prévia.
O ácido gamalinolénico (GLA) extraído do óleo da planta é normalmente produzido pelo organismo humano pela conversão do ácido linoléico ingerido pela alimentação. No entanto, alguns factores como o stress, colesterol elevado, diabetes, insuficiência hepática e alguns medicamentos, entre outros, inibem essa formação, o que pode acarretar distúrbios no organismo, como aumentar a agregação plaquetária e levar a inflamações, má produção de prolactina, má regulação do tônus muscular e aumentar a susceptibilidade a doenças cardíacas.
Esta curiosa planta parece portanto uma planta quase milagrosa, não admira o nome que os Ingleses lhe deram ("cura tudo"). Devendo ter sido difundida a partir de Inglaterra depois de 1619 para o resto da Europa.
A planta em si apresenta vários botões, sendo que todos os dias um desses botões abre com uma espantosa e quase florescente cor amarela, e com um cheiro frutado muito forte e agradável. Como já foi referido a estrela-da-tarde floresce mais à tarde e mantém-se aberta durante a noite, dando um colorido especial à noite. No dia seguinte, o botão seguinte abrirá, e a flor da tarde/noite anterior murcha e fica com uma cor alanranjada.
Curioso, não?
sexta-feira, 14 de maio de 2010
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