No boletim de Fevereiro o Sr. Luís de Jesus faz referência a uma personagem Gesteirense, com certeza conhecida de muitos de nós ainda:
O número de pobres que vagueavam pelas aldeias e feiras quinzenais e mensais de Cantanhede, Arazede, Tocha, Guímera e Portomar era numeroso, recebiam tostões, boroa cheia de bolor e sobras de comida. Nas feiras não faltavam ceguinhos badalando literatura de cordel , guiados por um moço. Como a maioria dos mendigos não tinha família, eira nem beira, dormitavam em cabanas, palhotas e casitas abandonadas. Dos pobrezinhos que conheci, vindos de várias terras gandarezas , recordo o Chico Maricato ”o filósofo andante” que tinha como companhia um cão rafeiro. Oriundo do lugar de Gesteira, ainda que não soubesse ler nem escrever, sabia conversar com tino e leveza. O Chico Maricato deixou este mundo cruel a finais dos anos 90. Morreu na Praia da Tocha, junto ao mar. O seu fiel amigo permaneceu junto do cadáver.
O ti Chico Maricato é apenas mais uma das personagens Gesteirenses que fica para a história e que representa a dualidade desta terra.
Conheci o Chico Maricato.
ResponderEliminarTinha uma outra alcunha, e com há época a pobreza ou pouca riqueza era medida pelas aguilhadas de terra, ele não era nem mais pobre nem mais rico que o seu irmão.
Tinha só uma forma de viver e de pensar a vida bem diferente do habitual, daí tamb´em lhe chamarem o Tolo do Maricato.
Não morreu nos fins do idos 90, mas sim há mais tempo.
Uma estava nos Palheiros da Tocha a comer petinga assada da rapola, sem pão, sem broa, quando o sr. Neco Nogueira lhe pergunto, Chico então comes a petinga sem azeite? Ao que ele respondeu quando o peixe é bom não precisa de azeite, e quando é fraco não o merece.
O Chico sabia ler.