sábado, 6 de março de 2021

Baú da Gesteira: Da Palheira à Sanguinheira (por volta de 1650)

O antigo couto de Cadima era composto por vários lugares e quintas que entretanto despareceram, mudaram de nome ou simplesmente deixaram de ser habitados.

Um desses lugares foi a Palheira (também denominada por vezes de Palheiras). Através de uma análise cronológica e de migrações vamos apontar onde seria hoje a Palheira.

A primeira referência conhecida à Palheira (na realidade, Palheiras) aparece num batismo a 26 de Agosto de 1620: em Cadima era batizada Ana, filha de António Gonçalves e de Margarida Gomes, do Escoural, tendo sido seus padrinhos Francisco Anes o Ferreiro, de Lemede e Maria Gomes, mulher de Pedro Domingues, morador nas Palheiras.

Ainda nessa década há mais 7 referências à Palheira nos registos paroquiais de Cadima, a saber:

  • 1.       16-jun-1622: o batismo de Ângela, nascida nas Palheiras, filha de Pedro Domingues e de Maria Gomes.
  • 2.       8-jun-1624: o batismo de Catarina, nascida na Ribeira da Fervença, filha de Manuel Gomes o Novo e de Isabel Francisca. Foram padrinhos Pedro Domingues, morador na Palheira e Ana Jorge, mulher de António Simões, todos da Ribeira.
  • 3.       5-mar-1625: o batismo de Isabel, nascida nas Palheiras, filha de Pedro Domingues e de Maria Gomes.
  • 4.       19-nov-1625: o batismo de António, nascido no Barganção, filho de Manuel Domingues e de Isabel Antónia. Foram padrinhos João Simões, morador Entre As Agoas, moleiro, e Maria Gomes, mulher de Pedro Domingues, das Palheiras.
  • 5.       29-jun-1627: o batismo de Pedro, nascido nas Alagoas Negras, filho de Francisco Gomes e de Catarina Antónia. Foram padrinhos Pedro Domingues, da Palheira e Luzia, solteira, filha de Manuel Gomes o Velho, morador na Fervença.
  • 6.       12-set-1627: o batismo de Ana, nascida nas Palheiras, filha de Simão Jorge e de Maria Rodrigues.
  • 7.       13-jan-1628: o batismo de Margarida, nascida na Palheira, filha de Pedro Domingues e de Maria Gomes.

Daqui se deduz que a Palheira já seria habitada em 1620 pela família de Pedro Domingues e sua mulher Maria Gomes. Em 1627, também Simão Jorge e Maria Rodrigues aí vivem. As famílias que habitaram a Palheira nessa primeira metade do século XVII são as seguintes:

1. Pedro Domingues e sua esposa Maria Gomes (terão casado antes de 1620). Pedro Domingues faleceu na Palheira a 5-jan-1633.

a.     Angela Domingues, nascida na Palheira e batizada a 16-jun-1622 em Cadima (padrinho da Fervença, madrinha do Escoural), faleceu no mesmo lugar a 6-dez-1645.

b.     Isabel, nascida na Palheira e batizada a 5-mar-1625 em Cadima (padrinho do Escoural, madrinha do Escoural).

c.     Margarida, nascida na Palheira e batizada a 13-jan-1628 em Cadima (padrinho do Escoural, madrinha de Cadima).

d.     Manuel, nascido na Palheira e batizado a 3-abr-1630 em Cadima (padrinho dos Barrins, madrinha da Fervença).

2.     Manuel Jorge Rodrigo e sua esposa Maria Francisca Gomes

a.     António, nascido na Palheira por volta de 1633, faleceu na Palheira a 22-mar-1645.

b.     Catarina, nascida na Palheira e batizada a 19-jan-1635 em Cadima (padrinho da Taboeira, madrinha da Fervença)

c.     Domingos, batizado a 5-abr-1638 em Cadima, não indica local de nascimento (padrinho da Palheira, madrinha da Palheira).

d.     Pedro, nascido na Sanguinheira e batizado a 30-jan-1641 em Cadima (padrinho da Guimara, madrinha de ?).

e.     Francisco, nascido na Palheira e batizado a 21-out-1643 em Cadima (padrinho da Póvoa, madrinha da Póvoa).

f.      Maria

3.     Simão Jorge Rapaduro e sua esposa Maria Rodrigues. Maria Rodrigues faleceu na Palheira a 27-fev-1657.

a.     Maria, nascida no Olho e batizada a 16-mar-1626 em Cadima (padrinhos do Escoural).

b.     Ana, nascida na Palheira e batizada 12-set-1627 em Cadima (padrinho da Ribeira, madrinha da Guimara).

c.     Manuel, nascido na Sanguinheira e batizado a 4-jun-1630 em Cadima (padrinho de ?, madrinha do Corgo do Encheiro).

d.     Isabel, nascida na Sanguinheira e batizada a 17-jun-1632 em Cadima (padrinho da Lagoa do Grou, madrinha da Póvoa).

e.     António, nascido na Sanguinheira e batizado a 28-mai-1634 em Cadima (padrinho de ?, madrinha do Escoural).

f.      Angela, nascida na Sanguinheira e batizada a 6-jul-1636 em Cadima (padrinho da Póvoa, madrinha do Corgo [do Encheiro]).

g.     Domingos, nascido na Sanguinheira e batizado a 4-jul-1638 em Cadima (padrinho do Corgo [do Encheiro], madrinha de Vila Franca).

4.     Pedro Simões e Maria Domingues (casados antes de 1635). Maria Domingues faleceu na Palheira a 21-jan-1660. Pedro Simões faleceu na Moita a 31-dez-1679. [devem ter mudado para a Moita antes de 1674]

a.     Maria, nascida na Palheira e batizada a 18-jan-1635 em Cadima (padrinhos do Escoural).

b.     Angela, nascida na Palheira e batizada a 21-dez-1636 em Cadima (padrinho do Braganção, madrinha do Escoural).

c.     Ana, nascida na Palheira e batizada a 27-jan-1639 em Cadima (padrinho da Taboeira, madrinha dos Barrins). Faleceu a 25-dez-1679 na Moita.

d.     Manuel, nascido na Palheira e batizada a 9-jan-1641 em Cadima (padrinho do Escoural, madrinha da Taboeira).

e.     Pedro, nascido na Palheira e batizada a 17-fev-1643 em Cadima (madrinha da Gesteira).

f.      Margarida [João], nascida na Palheira e batizada a 6-abr-1645 em Cadima (padrinho da Corujeira, madrinha da Guímara), casou com Geraldo Francisco. Feleceu a 15-out-1705 na Moita.

g.     Francisco, nascido na Palheira e batizado a 12-jan-1648 em Cadima (padrinhos da Guímara).

h.     Francisca [João], nascida na Palheira e foi batizada a 6-mar-1650 em Cadima (padrinho da Guímara, madrinha do Escoural), casou em 7-jul-1675 com Manuel de Oliveira, era dita da Moita. Faleceu, viúva, a 1-nov-1719, nos Carreiros.

i.      João, nascido na Palheira e foi batizado a 30-jun-1652 em Cadima (padrinho de Lemede). Faleceu a 11-dez-1674 na Moita.

j.      Isabel. Faleceu a 28-dez-1679 na Moita.

5.     Manuel Jorge Lourenço e Maria Gomes. Maria Gomes faleceu na Palheira a 28-jan-1660.

a.     Catarina, solteira quando foi madrinha em 11-fev-1657.

6.     6.     António Simões Pontadas e Maria Antónia.

a.     Ascenso, nascido na Palheira e batizado a 28-mai-1637 em Cadima (padrinho das Quintas, madrinha das Ribeiras).

b.     Maria, nascida na Palheira e batizada a 4-jul-1643 em Cadima (padrinhos da Palheira).

7.     Manuel Simões e Maria Jorge.

a.     Isabel, nascida na Palheira e batizada a 1-set-1643 em Cadima (padrinho da Água Doce).

8.     Manuel António e Maria Domingues.

a.     António, nascido na Palheira e batizado a 3-out-1646 em Cadima (padrinho do Escoural, madrinha da Guímara).

9.  Manuel Francisco [Rodrigo] e Ana Francisca.

a.     Maria, nascida na Palheira e batizada a 20-mai-1656 em Cadima (padrinho da Palheira, madrinha do Escoural). Casou com Simão Fernandes, da Gesteira, em em Cadima a 24-ago-1676).

Depois de 1660 há muito poucas referências à Palheira, seria estranho todas estas famílias terem desaparecido. No entanto, do registo das famílias acima podem-se ver referências essencialmente à Sanguinheira e à Moita (para a família de Pedro Simões).

Ora, a primeira referência concreta à Sanguinheira aparece a 27-jul-1630, quando Manuel, filho de Simão Jorge e de Maria Rodrigues é batizado em Cadima. Sendo que a partir dessa data a Sanguinheira começar a ter mais referências, essencialmente associadas às famílias apresentadas acima, o que nos pode levar a deduzir que a Sanguinheira e a Palheira (ou Palheiras) eram um só lugar, e que durante 30 anos os padres acabaram por usar os dois nomes de forma aleatória.

Outra prova, mais directa e concreta ainda, aparece no ano de 1657.

A 4 de Fevereiro de 1657, na igreja de Cadima, era batizada Maria, nascida no Escoural, filha de João Domingues e de Maria Tomé. O vigário foi o seu padrinho, a madrinha foi Catarina, provavelmente solteira, filha de Manuel Jorge Lourenço, das Palheiras (ver família deste Lourenço acima). Exactamente uma semana depois (11 de Fevereiro de 1657) era a vez de Domingos ser batizado na mesma igreja. Domingos nascera na Sanguinheira, e era filho de Domingos Jorge e de sua mulher (não especificada no registo). O padrinho foi Manuel Francisco e a madrinha, mais uma vez, Catarina, filha de Manuel Jorge Lourenço, dali. Ora, quando se especifica dali, o padre refere-se à Sanguinheira, enquanto que no registo da semana anterior, especificou a Palheira, portanto, o mesmo lugar.

Este último batizado, era filho de Domingos Jorge e de Brites Francisca, e este Domingos Jorge (o pai) era por sua vez, filho de Manuel Jorge Rodrigo e de sua mulher Maria Francisca que também viveram na Palheira/Sanguinheira (o terceiro filho deles conforme a lista de famílias da Palheira detalhada acima).

Sendo assim, podem-se deduzir os seguintes factos:

  1. Pedro Domingues e Maria Gomes foram os primeiros habitantes da Palheira (conhecidos), tendo-se instalado aí antes de 1620.
  2. Simão Jorge [Rapaduro] e Maria Rodrigues, que vieram do Olho e se instalaram na Palheira, foram os primeiros a registar uma criança nascida na Sanguinheira já com este nome.
  3. A família de Pedro Simões e Maria Domingues que viveu na Palheira pelo menos durante 25 anos (de 1635 a 1660) mudou-se para a Moita (meso ali ao lado) após a morte de Maria Domingues e antes de 1674.
  4. A Palheira (ou Palheiras) foi, sem grandes dúvidas, o nome do lugar que depois se passou a designar de Sanguinheira (até hoje), tendo “coabitado” as duas designações durante alguns anos até cerca de 1660.

 

Referências:

[1] Registos Paroquiais de Cadima (https://pesquisa.auc.uc.pt/details?id=36141).

[2] Base de Dados de Nuno Silva.

terça-feira, 2 de março de 2021

Baú da Gesteira: A flora da Lagoa Negra há mais de 1 Milhão de anos

 

Em 1989 dois investigadores dos Serviços Geológicos de Portugal e da Universidade Nova de Lisboa publicaram um artigo sobre uma análise de uma camada de argilas recolhidas na Lagoa Negra.

Estas argilas foram colocadas a descoberto por causa da erosão causada pelo curso de água e haviam sido mantidas intactas durante imensos anos com uma camada acumulada (principalmente de areias) de quase 5 metros.

O estudo é muito específico relativamente a pólenes e esporos encontrados na argila, e visa igualmente a datar a época de quando esses sedimentos aí foram depositados.

De acordo com os investigadores, os sedimentos estudados seriam do período Plistocénico médio, o que, simplificando, nos faz recuar cerca de 1 a 2 Milhões de anos. O Plistocénico foi um período (de há 11.700 anos até 2,5 Milhões de anos) onde ocorreram várias glaciações, ora o gelo cobria a Europa ora recuava... Esta dedução é feita pela ausência de taxodiáceas (antiga família de Coníferas) e a fraca representação de Myrica (Faia, Samouco) e de Engelhardtia (da espécia da Nogueira).

Deste estudo pode-se deduzir como seria a flora da região da Lagoa Negra há mais de 1 Milhão de anos. O que nos dá a indicação do que seria a floresta autóctone da altura, ainda sem qualquer influência do ser humano.

Temos assim, da análise da amostra, a seguinte composição para os principais pólenes:

  1. Botryococcus sp. (algas verdes) - abundante
  2. Pinus tipo diploxylon + Keteleeria (pinheiros) – 64,7%
  3. Ericaceae ind. (rododendros, azáleas, mirtilo, medronho) – 15,7%
  4. Pinus tipo haploxylon (outros tipos de pinheiros) – 6,7%
  5. Cf. Picea (píceas, abetos, espruces) – 2,3%
  6. Cathaya (género de coníferas pertencentes à família dos pinheiros e cedros) – 1,7%
  7. Alnus (amieiro) – 1,7%
  8. Quercus (carvalho) – 1,7%

A existência de Keteleeria, Cathaya, Myrica e Engelhardtia sugerem que o clima era relativamente quente e muito húmido. A Keteleeria (um tipo de pinheiro bravo) e a Cathaya são géneros asiáticos que vivem na floresta de tipo laurisilva com precipitações anuais que podem atingir 2000 mm e temperatura média anual entre 15 a 20°C.

Para além das principais espécies acima identificadas, a presença, mesmo que em menor quantidade, de outras espécies, também foi identificada, nomeadamente azevinho, nogueiras, cedros, estevas, sargaços, sanganhos, ervas e gramíneas.

 

Referências:

PAIS, João; BARBOSA, Bernardo. Análise polínica de argilas de Lagoa Negra. Ciências da Terra / Earth Sciences Journal, [S.l.], v. 10, apr. 2009. ISSN 2183-4431. Disponível em: <http://cienciasdaterra.novaidfct.pt/index.php/ct-esj/article/view/117>. Data de acesso: 01 mar. 2021.

Escala e Tempo Geológico – Plistocénico, Escola Secundária José Gomes Ferreira, <https://sites.google.com/a/esjgf.info/geotempo/plistocenico>. Data de acesso: 01 mar. 2021.

sábado, 6 de junho de 2020

Baú da Gesteira: A gripe espanhola (pneumónica) que atacou Portugal em 1918 - Os casos de Cadima e Outil

A denominada gripe espanhola (que de espanhola nada teria) também conhecida como pneumónica que atacou o mundo em finais da I Guerra Mundial, foi a grande pandemia do século XX.

Entre 1918 e 1920 terão morrido entre 50 e 100 milhões de pessoas no mundo inteiro. Em Portugal, o número de mortes situaria-se entre as 50 e as 70 mil pessoas (numa população de aproximadamente 6 milhões para a altura).

Ora, nos Estados Unidos, onde se suspeita que a gripe pneumónica tenha "nascido" por volta de março de 1918, existiram 3 ondas da mesma, a inícial, que viria com os soldados americanos para a Europa, uma segunda a partir do Outono de 1918, e uma terceira em 1919. Morreriam mais de meio milhão de americanos durante a pandemia.
Imagem 1: As 3 ondas da pneumónica nos Estados Unidos
Por cá, em Cadima, a pneumónica (chamada de "numónica" em bom Gandarês), viria a registar-se sobretudo em 1918, e levando a um triplicar das mortes da freguesia só nesse ano.

Como se pode observar na figura seguinte, a média de óbitos em Cadima andava pelos 80 a 90 ao ano, em 1918 foram 235! Este número de óbitos representava cerca de 5,1% da população total (usando o valor de 1911 que era de 4601 habitantes).

Imagem 2: Número de óbitos na freguesia de Cadima de 1912 a 1922



Mesmo durante 1918, a gripe pneumónica terá chegado à freguesia de Cadima em Julho, tendo atingido o pico em Outubro, nesse mês faleceram 95 pessoas, tendo os dois meses seguintes registado também um aumento relativamente à média, mas depois, em Janeiro de 1919, os números regressam ao normal. Não se observou mais nenhuma onda do surto.
Imagem 3: Óbitos por mês em Cadima, 1918-1919
 As localidades mais afectadas pela pandemia foram o Zambujal, com 26 mortes, o Casal, com 19, os Fornos e a Taboeira, com 16, Cadima e a Guimara, com 13, São Silvestre, com 12, os Coelheiros e a Quintã, com 11. Curiosamente, a Gesteira, que era com o Zambujal uma das aldeias mais populosas da freguesia de Cadima, registou apenas 4 mortes em 1918, apenas 3 durante o período do surto (Julho a Dezembro). Porque teria o Zambujal sido afectado seis vezes mais do que a Gesteira?
 
Zambujal 26
Casal 19
Fornos 16
Taboeira 16
Cadima 13
Guimara 13
São Silvestre 12
Coelheiros 11
Quintã 11
Fervença 9
Aljuriça 8
Carreiros 7
Nogueiras 7
Olho 7
Azenha 6
Póvoa 6
Carvalheira 5
Escoural 5
Sanguinheira de Cima 5
Braganção 4
Feitoso 4
Gesteira 4
Lagoa Alta 4
Rodelo 4
Sanguinheira de Baixo 4
Casal dos Netos 3
Corgo do Encheiro 2
Coutada 2
Lage 2
Lombo Folar 2
Palhagueira 2
Pedras Ásperas 2
Pontes 2
Seixo 2
Taipinas 2
Corga 1
Freches 1
Grou 1
Moreiras 1
Recachos 1
Silval 1
Tavaredes 1
 Quadro 1: Número de óbitos por localidade (1918)


Em comparação, a freguesia de Outil, que registava 907 habitantes em 1911, teve uma evolução pandémica muito semelhante.
Imagem 4: Número de óbitos na freguesia de Cadima de 1912 a 1922
 O surto ceifou a primeira vítima a 2 de Agosto de 1918, mas teve o seu auge também em Outubro, tendo ceifado 52 mortes em 1918, 29 dessas mortes durante o mês de Outubro. No total, faleceram 5,8% da população (considerando os 907 habitantes de 1911).

Imagem 5: Óbitos por mês em Outil, 1918-1919

A grande curiosidade de Outil prende-se com o facto da pandemia ter afectado sobretudo a povoação de Outil, e tendo quase passado ao lado de Vila Nova. Na realidade, das 52 mortes de 1918, 38 aconteceram em Outil e apenas 14 em Vila Nova. Mais espcificamente, dos 29 falecimentos de Outubro, ocorreram 24 em Outil e apenas 5 em Vila Nova. As pessoas que faleceram em Outil eram de todas as idades, sendo que me Vila Nova faleceram sobretudo idosos, tirando 3 menores e duas mulheres trintonas, todos os restantes eram já bastante idosos. Fica a dúvida, terá Vila Nova feito um cerco sanitário em 1918? O que justifica uma letalidade tão baixa?
 
 
Fontes:
Registos Paroquiais de Cadima - Arquivo da Universidade de Coimbra.
Registos Civis de Cantanhede - Familysearch
https://www.cdc.gov/flu/pandemic-resources/1918-commemoration/three-waves.htm
https://observador.pt/2020/04/24/gripe-espanhola-foi-mais-letal-na-segunda-vaga-102-anos-depois-pode-repetir-se/
Instituto Nacional de Estatística - Recenseamentos Gerais da População